Segundo um levantamento da ONG Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês), o governo brasileiro gasta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano através do Sistema Único de Saúde (SUS) com doenças causadas pela destinação incorreta de resíduos. O estudo, que avaliou o impacto dos três mil lixões do país, foi feito em parceria com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) e com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Até 75 milhões de brasileiros têm seu lixo depositado em locais errados, o que acarreta impactos na saúde da população e ao meio ambiente.
“Contabilizamos não só os custos para tratamento dos problemas de saúde das pessoas, provocados principalmente pela existência e manutenção dos lixões, mas também o impacto de perdas de dias de trabalho por afastamento médico, os custos psicossociais causados aos moradores das áreas próximas aos lixões e os danos ambientais motivados por essas unidades regulares”, explica o vice-presidente do ISWA, Carlos Silva Filho, que também é diretor executivo da Abrelpe.
O depósito em lixões resulta em emissões de substâncias tóxicas, como metano, dióxido de carbono, benzeno e cádmio. Como a exposição a alguns destes elementos químicos pode ser cancerígena, moradores vizinhos aos lixões ou que trabalham com os resíduos, como catadores de materiais recicláveis e funcionários de limpeza urbana, são os principais afetados.
Além disso, há os danos ambientais, como a poluição do ar e a contaminação do solo e de lençóis freáticos. Estima-se que, entre 2010 e 2014, o período abrangido pelo estudo, foram gastos R$ 8,4 bilhões com prejuízos ao meio ambiente.
A previsão não é animadora. Estima-se que, entre 2016 e 2021, a produção de resíduos provoque um prejuízo de R$ 13 bilhões a R$ 18,6 bilhões no Brasil. Nos entanto, os pesquisadores ressaltam que o cálculo é conservador, já que não considera o fechamento dos lixões e o impacto causado por esta medida a longo prazo.
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