Entre os supostos fantasmas usados para desviar dinheiro público, estariam mulheres de outros pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, à qual pertence o parlamentar
Presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Pastor Edson Praczyk (PRB) é investigado pelo Ministério Público Estadual (MP) por supostamente empregar funcionários fantasmas na Casa e ficar com o salário deles. Entre os supostos fantasmas usados para desviar dinheiro público, estariam mulheres de outros pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, à qual pertence o parlamentar. As informações foram divulgadas no telejornal Paraná TV 2.ª Edição, da RPC TV, nesta terça-feira (26).
Conduzidos pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, os trabalhos apontam que as supostas irregularidades teriam ocorrido de 2001 a 2003, quando Praczyk exerceu o primeiro mandato como deputado estadual – atualmente, ele está na quinta legislatura consecutiva. Segundo o MP, ele teria delegado a uma funcionária que de fato trabalhava no seu gabinete a responsabilidade de gerenciar as contas bancárias e ter completo controle sobre a movimentação financeira e sobre os salários dos supostos fantasmas.
Essa funcionária seria Micheli Borges da Silva, que atualmente está lotada na 3.ª Secretaria da Assembleia e recebe um salário de R$ 10 mil. O posto na Mesa Executiva é comandado pelo bloco PRB/PSL/PV/PPL e ocupado pelo deputado Adelino Ribeiro (PSL).
De acordo com as investigações, Micheli teria em mãos procurações dos supostos funcionários fantasmas garantindo controle sobre as contas bancárias deles. Os documentos dariam plenos poderes para “solicitar extratos, conferir saldos e juros, registrar e alterar senhas, requerer e retirar cartões magnéticos, requisitar talões de cheques, assinar e emitir cheques, depositar e sacar qualquer quantia”. A suspeita do MP é de que os recursos depositados pela Assembleia nessas contas tenham sido sacados por Micheli e entregues a Praczyk.
Outro lado
A reportagem da Gazeta do Povo tentou contato com o deputado Pastor Edson Praczyk no gabinete e pelo celular, mas ninguém atendeu às ligações. Já o celular de Adelino Ribeiro estava desligado.
À RPC TV, um funcionário do gabinete de Adelino informou que Micheli trabalha, na verdade, para Praczyk. No gabinete do Pastor, também foi informado que Micheli presta serviços a ele e o acompanha nas sessões em plenário. O parlamentar não quis comentar a investigação do MP à reportagem da RPC TV.
Fonte: Gazeta do Povo