foto_cilindro_de_oxigenio_luiziana_certoÀ época, fotos publicadas por familiares do ex-prefeito em uma rede social mostraram o cilindro sendo utilizado para bombear chope. José Claudio Pol vai responder pelos crimes de peculato, que é o desvio de patrimônio público para uso particular, e homicídio qualificado, por motivo fútil, e com dolo eventual, quando se assume o risco de produzir o resultado morte.


Além do ex-prefeito, outras duas pessoas – que retiraram o cilindro da unidade de saúde e levaram o equipamento até a casa do então prefeito – também foram denunciadas pelos mesmos crimes.

A denúncia foi recebida pela juíza substituta Mayra dos Santos Zavattaro, da 1ª Vara Criminal de Campo Mourão, também na região centro-oeste, em 24 de abril. A magistrada deu prazo de dez dias para que os réus apresentem resposta escrita à acusação.

A denúncia – De acordo com o MP-PR, na madrugada de 1º de janeiro de 2013, quando o cilindro era usado para bombear chope, uma paciente com quadro grave precisou ser transferida para Campo Mourão, a 30 km de Luiziana, e deveria ter o suporte para respirar. Como o cilindro portátil não estava disponível, ela foi transportada sem oxigênio e chegou à cidade vizinha com parada cardiorrespiratória, segundo a denúncia. No dia seguinte, a mulher morreu.

José Claudio Pol  acusado de usar cilindro de oxigênio medicinal para festa em sua casa.

José Claudio Pol acusado de usar cilindro de oxigênio medicinal para festa em sua casa.

Na denúncia, o promotor André Del Grossi Assumpção detalha que, devido aos crimes cometidos, a ação é de competência do Tribunal do Júri.

“Em decorrência da subtração do equipamento de urgência e emergência para simples uso recreativo dos denunciados, o que caracteriza motivo fútil, os denunciados voluntariamente fragilizaram os atendimentos públicos de urgência e emergência do Município e privaram de suplementação de oxigênio a paciente, cujo transporte em ambulância para atendimento hospitalar em Campo Mourão teve de ser realizado sem esse atendimento, e isso comprovadamente colaborou para o prejuízo à sua saúde e posteriormente sua morte, conforme atestado pela análise técnica”, diz um trecho do documento.

A denúncia foi apresentada pela 5ª Promotoria de Justiça de Campo Mourão em 29 de março de 2017. O ex-prefeito já responde na Justiça a uma ação por improbidade administrativa pelo mesmo fato. Em decorrência do processo, Pol foi afastado liminarmente do cargo de secretário municipal de Finanças de Luiziana, que ocupava após o término de seu mandato de prefeito. Também, em outra ação o ex-prefeito José Claudio Pol (PMDB), foi condenado por atos de improbidade administrativa em uma ação civil pública da Promotoria de Patrimônio Público (MP).

O caso envolve uma denúncia referente à desapropriação irregular de terrenos. Na ação, o MP apontou que a área deveria ser loteada e não desmembrada, manobra que fez com que a prefeitura arcasse com despesas de arruamento e pavimentação asfáltica, gastos que deveriam ser arcados pela filha do ex-prefeito, proprietária da área.

Segundo informações, a área em questão possui espaço para 18 lotes, porém o ex-prefeito teria desmembrado e transformado em 36. O lote teria sido comprado em 2010. Conforme o MP, o que se percebe é que, mesmo sendo obrigação do loteador, recaiu sobre os cofres do município toda a responsabilidade de executar e custear uma obra em terreno particular. A promotoria apontou que o objetivo do ato expropriatório, feito em dissonância com o interesse publico, foi apenas valorizar o terreno de propriedade da filha do ex-prefeito, alem de favorecê-la com o custeio da obra.
Fonte: G1 Paraná e web

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