Depósito com toneladas de chumbo, a ser retirado para aterro industrial.

Há dois anos, o Vigilantes da Gestão desencadeou operação para investigar a prática nefasta e extremamente perigosa à saúde pública de empresas de reciclagem de baterias automotivas. O trabalho resultou em identificar unidades instaladas e até desativadas em que o chumbo é disposto de forma ilegal.


Em Vitorino, abandonado a mais de 15 anos, foi detectado um depósito com escórias de chumbo. Toneladas de chumbo, disposto de forma irregular, ao lado de uma empresa de envasamento de alimento, o que não é permitido por lei. O deposito próximo ao trevo de acesso à pequena cidade na região sudoeste do Paraná, numa área industrial, no passado, ao arrepio da Lei, abrigava uma fábrica de baterias, que fechou as portas, deixando para trás a sobra dos processos dos fornos, de onde se tirava a matéria-prima que é utilizada na fabricação de baterias automotivas.

O passivo ambiental já era alvo de outros procedimentos na justiça desde 2003, quando o Ministério Público ingressou com uma ação, por entender que a atividade industrial que existia no espaço era poluidora.

Embora tudo isto seja de conhecimento do IAP, nada se conhece de medidas emergenciais para a retirada do material e a completa análise dos danos a saúde das pessoas. O Vigilantes da Gestão levou denuncia ao Ministério Público para que fosse tomadas as medidas cabíveis para a imediata retirada do material e a remediação dos danos.

O imóvel foi a leilão, sendo recentemente arrematando por uma empresa, a mesma que envaza alimentos ao lado do passivo. Na compra, a empresa assumiu, por dever imposto no processo de leilão, a obrigação de retirar todo o passivo e a completa remediação dos danos.

Nas últimas semanas, após denuncias de moradores, o Vigilantes da Gestão teve conhecimento de que havia máquinas demolindo o barracão, que ainda permanecia parcialmente de pé, carregando material contaminado para outras áreas, com isto espalhando contaminação em outros lotes do mesmo parque industrial.

De posse das provas fotográficas, após visita ao local, investigação com vizinhos, constatou-se que havia indícios de grande movimentação e destinação inadequada para outro lote do mesmo parque.

Após encaminhar material para o IAP, pedindo providências, os técnicos do órgão fizeram visita ao local, e proibiram a destinação fora de aterro industrial. Na vistoria ficou patente as irregularidades no manejo dos resíduos.

Após a retirada de todo o material sobre a área, é necessário sondagens no solo, para apurar se foi enterrado chumbo na área. No barranco, causado pela construção de uma calçada aflorou material (chumbo), o que indica que a área, ou parte dela, foi aterrada com chumbo, que se comprovado, exigirá a retirada de todo o material de aterramento da área.

O Vigilantes da Gestão já escalou técnicos voluntários, que farão a verificação técnica, para saber se a área está limpa e se pode ser liberada para outra edificação, esta análise será independente e visa instruir processo judicial contra quem prevaricar na função de reparar os danos ao meio e as pessoas.

Chumbo no aterro do terreno onde foi construído barracão da fábrica, indica que pode ter sido aterrado material contaminante em todo o solo.

O chumbo – Trata-se de um metal tóxico, pesado, macio, maleável e mau condutor de eletricidade. É usado na construção civil, baterias de ácido, em munição, proteção contra raios-X e raios gama e forma parte de ligas metálicas para a produção de soldas, fusíveis, revestimentos de cabos elétricos, materiais antifricção, metais de tipografia, etc. O chumbo não apresenta nenhuma função essencial conhecida no corpo humano. É extremamente danoso quando absorvido pelo organismo através da comida, ar ou água.

Um dos vários órgãos afetados pelo chumbo é o sistema nervoso central (SNC). Muita da sua toxicidade no SNC pode ser atribuída à alteração de enzimas e proteínas estruturais. O chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela quantidade e severidade dos seus efeitos. É classicamente uma toxina cronica, sendo observados poucos efeitos após uma exposição aguda a níveis relativamente baixos. A toxicidade induzida pelo chumbo vai depender não só da dose e duração da exposição mas também da idade do indivíduo exposto, estado de saúde e estado nutricional.

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