18/06/2015 – Sem alarde, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) faz lobby no Congresso a favor da prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos por mais dois anos. Num instante em que os congressistas deliberam sobre a reforma política, a entidade envia mensagens para os deputados.
No texto, lê-se o seguinte: “Deputado(a), apoie os prefeitos aprovando a coincidência de mandatos e a prorrogação do mandato dos prefeitos até 2018.” Subscreve a mensagem Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
Pela fórmula proposta, as eleições de 2016, convocadas para preencher os cargos de prefeito e vereador, seriam postergadas para coincidir com o pleito de 2018, quando o eleitor irá às urnas para escolher o presidente da República, os governadores, os deputados federais e estaduais, além de parte dos senadores.
Supremo paradoxo: a confederação dos municípios, que é mantida com dinheiro público, através de anuidades pagas pelas prefeituras, nunca pelos prefeitos, leva a Brasília marchas anuais de prefeitos. Enrolados na bandeira da reforma tributária, esses gestores municipais queixam-se da falência dos municípios. Ainda assim, pedem mais dois anos de mandato.
Segundo a revista Época, a Confederação Nacional dos Municípios, presidida por Paulo Ziulkoski, é um fenômeno. Enquanto os municípios estão quebrados, a entidade, que vive da contribuição deles, acumula um saldo de R$ 70 milhões. Vai gastar R$ 46 milhões na construção de sua sede em Brasília. É tanto dinheiro que sobrou um contrato polpudo até para a empresa Bolota Exposições Culturais. Ela pertence a Karolina Ziulkoski, filha de Paulo.
NOTA: O Vigilantes da Gestão Pública vem, sistematicamente, solicitando ao Ministério Público que coíba e denuncie os pagamentos de ongs como esta, que usam o dinheiro público para defender interesses de agentes políticos.
Fonte: Josias de Souza, na WEB