Controle da gestão pública não é para covardes
Ação de controlar, de possuir domínio sobre algo ou alguém. É assim que precisamos ver o trabalho de controle da gestão pública, não é “movimento social”, não é advogar para esta ou aquela causa.
É atacar os desvios de conduta, os desvios de recursos, os crimes contra a administração pública. É combater a corrupção.
Por certo, quem atua no controle da gestão, quem coloca o dedo na ferida do Brasil, estará lidando com o crime organizado, que solapa o país, mexe com gente poderosa, com recursos suficientes para atacar o agente de controle, seja por meios do sistema, seja por força bruta, criminosa.
Então, fazer frente a corrupção não é para covardes, não é para quem acredita que se combate armas com flores, pombinhas brancas, não é para quem gosta de discurso e fotografias em salas refrigeradas. É para quem tem fibra, com sangue nas veias e pouco apego aos bens materiais.
Quantos enveredam pelo caminho do controle da gestão – sem imaginar o tamanho do problema – e depois se esfriam. Fazem perfumaria, contornam os graves problemas e abrem espaço para cair no descrédito, a ação concreta. É o senso de sobrevivência falando mais alto.
Triste, mas tem gente vendendo ilusão, com cantigas de apelo emocional, com palestras bem elaboradas, porém, estes não conhecem a peleia braba do campo, nunca enfrentaram a máfia do lixo, da merenda escolar, nunca viveram a adrenalina de um pregão presencial com bandidos sentados à frente, tendo que fazer cumprir a lei, nunca fizeram um flagrante de crime ambiental autorizado criminosamente, nunca acompanharam a prisão de um médico fraudando ponto, ou passou a tarde – lado a lado – com os envolvidos dentro de uma delegacia.
Mas o mundo é assim mesmo, temos que entender, os falsos profetas campeiam em meio a sociedade, fazendo séquitos e faturando posições na alta sociedade.
Enquanto isso, o povo paga a conta.
Com seu suor, sua saúde, sua segurança, sua vida.
Sir Carvalho