Os governos dos Estados de Goiás e do Paraná estão interessados em lançar programas de concessões de novas rodovias, somando-se a Minas Gerais, que também já sinalizou interesse, disse nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Segundo o presidente da entidade, Ricardo Pinheiro, os Estados estão antevendo dificuldades orçamentárias, de modo semelhante ao governo federal, e indicando o caminho das concessões para exploração de redes rodoviárias.
“Estive em Goiás e ouvi que o governo tem interesse em desenhar um programa de concessões. Na mesma reunião, ouvi que o Paraná também tem”, disse Pinheiro a jornalistas.
Minas Gerais já publicou neste mês aviso de Procedimento de Manifestação de Interesse para orientar a participação de interessados em propostas para exploração da rede estadual. A malha rodoviária a ser analisada tem 28,7 mil quilômetros.
Pinheiro disse que, na avaliação da ABCR, trechos onde não há grande volume de tráfego podem acabar exigindo o modelo das Parcerias Público Privadas (PPPs), nas quais o Estado assume parte dos investimentos.
Sobre o programa de concessões federais que está sendo montado para ser lançado em junho, a principal expectativa do setor é em relação ao modelo de financiamento. “Imagino que o governo tenha que lançar ideias sobre financiamento. Vai ter que colocar alguma crença de sustentação”, disse Pinheiro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá participar como financiador do pacote, mas o governo já deixou claro que depende de financiamentos privados para colocar os projetos de pé.
Questionado sobre o pacote, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que os critérios para a participação da instituição serão divulgados juntamente com o plano de concessões.
O programa deve incluir de 12 a 14 trechos de rodovias federais, segundo o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira.
A inclusão no pacote de aditivos de contratos de concessões já existentes para incorporar novas obras é improvável, segundo Pinheiro, da ABCR. “Esse é um assunto que o governo discute com cada concessionária… Fica difícil anunciar um número associado a esse pacote. Mas o governo pode anunciar a ideia”, afirmou.
(Por Priscila Jordão – Reuters)