29/05/2015 – A Polícia Federal deflagrou hoje (29) a Operação Acrônimo que tem como objetivo combater uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro em Brasília. A operação é resultado de uma investigação iniciada em outubro do ano passado quando a PF localizou e apreendeu R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao Aeroporto de Brasília.
Cerca de 400 policiais cumprem 90 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. As equipes de policiais envolvidos nas ações de hoje realizam buscas em cerca de 30 endereços de pessoas físicas e 60 pessoas jurídicas.
O objetivo é localizar eventuais documentos, valores e mídias que possam esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados vinham da inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais.
Para ocultar a origem criminosa do dinheiro, os investigados empregavam a técnica de smurffing – que consiste na tentativa de evitar a identificação de movimentações fracionando os valores – além da chamada confusão patrimonial e do extensivo uso de pessoas interpostas, os “laranjas”.
Ao longo dos quase 8 meses de investigação, os policiais realizaram acompanhamentos dos suspeitos, além de vigilâncias.. As equipes de investigação também se detiveram sobre os dados existentes nos notebooks, smartphones, tablets, além de outros dispositivos e mídias apreendidos durante a ação no ano passado, cujos acessos foram autorizados pela Justiça. No total, mais de 600 GB de informação relevante foram analisados, cruzados com outras fontes e bases de dados, além de passarem por um atento trabalho de mineração de dados.
Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal está o sequestro de um bimotor turboélice avaliado em R$ 2 milhões.
O nome da Operação
O nome da operação é uma referência ao fato de que o prefixo da aeronave onde foram localizados os valores é uma sigla formada pelas iniciais dos nomes de familiares do principal investigado da operação.
Segundo o G1, o alvo da operação são os doadores de campanha de 2014
Empresários que doaram dinheiro para partidos políticos durante as eleições de 2014 são os principais alvos da operação “Acrônimo”.
Os cerca de 400 policiais que participaram da operação nesta sexta foram apreender, por ordem da Justiça Federal, arquivos digitais, documentos e valores que ajudem os investigadores a descobrir como funcionava o suposto esquema de lavagem de dinheiro. A 10ª Vara Federal do DF expediu 90 mandados de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, frutos de oito meses de investigação sigilosa.
Entre os alvos da Acrônimo está o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica e colaborador da vitoriosa campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, no ano passado.
Fonte: Polícia Federal