Superfaturamento pode chegar a 30% em contratos de lixo em Santa Tereza do Oeste
Gaeco identificou o aumento do ano de 2014 para 2015; documentos foram apreendidos
(Por Catve)
A Operação Contêiner, que investiga crimes de contratos de lixo, identificou até o momento que os valores pagos entre os anos 2014 e 2015 pela Prefeitura de Santa Tereza do Oeste a empresa contratada, supera R$1 milhão. A investigação aponta o superfaturamento dos contratos firmados na época. Até o momento foi identificado a diferença do primeiro para o segundo contrato de 30% no valor final.
Por volta das 5h30 da manhã, as equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o Gepatria (Grupo Especial de Proteção ao Patrimônio Público de Guarapuava) chegaram a cidade para dar cumprimento aos seis mandados de busca e apreensão, nas casas do ex-prefeito Amarildo Rigolin, de uma servidora do setor de licitações, de um ex-secretário e na prefeitura da cidade.
De acordo com as investigações do Ministério Público do Paraná, dois grupos empresariais com sede na região Sudoeste, se organizaram para fixar artificialmente o preço máximo das licitações de resíduos sólidos e regionalizar o mercado por municípios. Segundo o promotor do Gaeco Pedro Henrique Brasão Papaiz, isso caracteriza a prática do crime de cartel.
A equipe da CATVE tentou contato com o ex-prefeito que ficou a frente da prefeitura entre os anos de 2012 e 2016, no entanto ele não atendeu as ligações. A servidora que é investigada também preferiu não se pronunciar sobre o caso.
O ex-secretário também não foi localizado.Já o atual prefeito de Santa Tereza, Elio Marciniak, se pronunciou por meio de nota, afirmando que são contratos da antiga gestão e que não irá emitir opinião sobre o ocorrido. Segundo ele todo o apoio necessário foi dado ao processo de investigação e o cumprimento da ação.
OPERAÇÃO CONTAINER 2018 – 2019
Em julho de 2018, investigações do VIGILANTES DA GESTÃO levaram o Ministério Público a desencadear operação de combate ao mal uso do erário e corrupção envolvendo contratos e licitações de lixo no estado do Paraná.
Conforme Sir Carvalho – Presidente da ONG Vigilantes da Gestão – a operação é fruto do trabalho de investigação de aproximadamente cinco anos, levando o MPPR a mirar, (até 2019) em pelo menos 200 processos licitatórios de 11 cidades do Paraná desde 2014: Curitiba, Francisco Beltrão, Araucária, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Nova Esperança do Sudoeste, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Salto do Lontra, Cafelândia e Umuarama.Ao todo, segundo o Gaeco na ocasião, 36 mandados judiciais foram expedidos – entre eles, seis de prisão temporária e seis de prisão preventiva. Dois funcionários do IAP também estavam envolvidos.
Naquele período, integrantes do VIGILANTES DA GESTÃO viajaram pelo interior do estado verificando as irregularidades, quando foram encontrados valores a mais, fraudes em licitações e orçamentos, destinação incorreta de resíduo, sendo que as empresas investigadas recebiam, via contrato, para dar destinação correta ao lixo.
Confira abaixo matérias anteriores, do site do MPPr:
– 24/07/2018 – Operação Container apura fraudes em licitações municipais para coleta de lixo
Por aqui, seguimos sempre, Vigilantes da Gestão!