Vítima de uma série de investidas, ONG que investiga uso de recursos públicos é atacada por hackers

A ONG paranaense Vigilantes da Gestão Pública, uma referência no Brasil quanto à investigação do uso de recursos públicos, sofreu mais um ataque nesta semana.

Segundo o presidente da entidade, Sir Carvalho, desta vez hackers invadiram uma conta bancária da organização e fizeram transferências.

Em um texto postado em redes sociais, Sir afirmou, em um texto intitulado de ‘Sob ataques’, a Vigilantes não vai recuar.

“Primeiro foram as tentativas de encontrar mandatários, acima da diretoria, nada encontraram. Depois as ameaças de morte, em forma de recados velados, mais de trinta. Depois um acidente forçado quase me colocaram fora de combate. Depois a montagem de um CPI ilegal [na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná], que tivemos que suspender na justiça. Depois, vídeos mentirosos para atacar a honra dos voluntários, criando medo e desconfiança na população. Agora, um ataque de hackers na conta bancária. Não há provas de conexões entre os fatos, é verdade. Mas que há suspeitas sobre cada fato, isso há”, alerta o presidente.

Sir seguiu afirmando que, “a única, pioneira na forma de agir, é a nossa organização, que já impetrou dezenas de ações civis públicas, milhares de notificações e diversas investigações”.

“O ambiente da impunidade ficou menos confortável depois de nós e não há como negar. Licitações sempre viciadas foram sanadas, as prefeituras ganharam em legalidade, empresas honestas puderam concorrer. Pessoas que viviam no lixo, resgatadas, o trabalho dos catadores valorizados.

Milhões economizados, sem custos para o erário, trabalhamos duro. Seguimos, cansados, mas lutando.

Até quando? Não sabemos, mas, alguém sabe?”, concluiu.

Sir reforça que a ONG não tem nem nunca teve recursos expressivos em conta, uma vez que, para fechar os pagamentos no fim de cada mês é preciso tirar recursos do próprio bolso para manter os pagamentos em dia. A agência bancária vai investigar a situação. A ocorrência será denunciada à Polícia.

“Era pouco recurso em caixa, mas vimos eles se esvaziarem lá. Mal comparando, é como roubar a caixinha da igreja, não temos dinheiro”, completou.